Em
entrevista concedida para a Folha de S.
Paulo, o ministro do STF Gilmar
Mendes se posiciona notoriamente contra a Lei da Ficha Limpa. Na
entrevista, é possível perceber que o ministro ratifica que o judiciário não
deve atender as aclamações públicas, que o papel do juiz não seria este e
ainda compara a Lei com uma roleta russa com todas as balas. Esta matéria foi
publicada dia 4 de março de 2012. Pois bem, inicialmente pode se pensar que
Mendes não acata os anseios da população
e que seria contra o bem da sociedade.
Eu
pensei isso, em um primeiro momento. Em agosto de 2012, porém, comecei a notar
que a televisão vinha veiculando propagandas
sobre a Lei da Ficha Limpa. Imagine: Um palhaço que limpa a maquiagem típica de circo. Diz que o eleitor está de
cara nova. Uma senhora, limpa os óculos.
Diz que mesmo não precisando votar, vai exercer este direito, escolhendo
candidatos honestos. Imagine ainda: Um mecânico, limpa as mãos, diz que agora os candidatos vão ser
"limpos". Essa propaganda me fez pensar a Lei.
O
Ministro Gilmar Mendes mostrou em sua entrevista um lado da Lei, o lado do
tribunal, que teria como função o controle
constitucional e tutela dos direitos fundamentais. E concordo com
ele. Mas, será que essa Lei e o STF não estão decidindo em quem votar, por nós? Será que
essa escolha não cabe única e exclusivamente a nós? A discriminação dos
candidatos cabe a sociedade civil e
tão somente a ela. Com a Lei, o eleitor não fica com cara nova, ele é coagido a ter uma cara nova. É
possível perceber como em nosso país as decisões são verticalizadas, me parece
que tal lei é um "remendo" no
processo eleitoral. Aliás, vejo remendo em todos os setores (e a educação com
as cotas?).
O
Art. 14 da Constituição diz que: "A soberania popular será exercida pelo
sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para
todos, e, nos termos da lei, mediante: I-Plebiscito; II-Referendo;
III-Iniciativa Popular" Veja como essa Lei limita a liberdade de escolha também
assegurada pelo Art. 5° da Constituição de 1988. O que fica ainda para se
pensar é quando que vão aparecer os candidatos "laranjas", e os políticos marionetes...
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirE dá para citar tantas outras coisas.
ResponderExcluirBolsa Família, pleibiscito do desarmamento, intervenções econômicas do estado, cercas elétricas, câmeras de segurança, carros blindados, etc..
O brasileiro ao invés de encarar o verdadeiro problema, busca atalhos que atrasam o confronto real e criam vários vícios quase impossíveis de solucionar nesse caminho.
E no final nossa sociedade continua igual: desigual, preguiçosa e gananciosa. Continuamos sendo os mesmos e vivendo como os de antes de nós...
Estamos todos ansiosos pelo seu próximo texto!!