Isso não é apenas uma postagem, é mais que isso. É um desabafo. É um desafio. É
uma tentativa de acabar com o senso comum sobre a diminuição da maioridade
penal. Esse final de semana saiu na mídia que um jovem de 16 anos com a ajuda
de uma outra menor entrou em uma loja de construção para assaltar. O dono da
loja entra na cena e é covardemente assassinado pelo jovem. O que
fazer?
Para início de conversa, o menor de 18 anos vai responder pelos crimes
cometidos. A diferença é que ele vai responder perante ao Estatuto da
Criança e do Adolescente ao invés do Código Penal. Esse Estatuto prevê
que o jovem pode sim, receber penas restritivas de liberdade de até 3
anos. Disso ninguém fala, ninguém sabe.
Quando as pessoas dizem que o menor deveria responder pelos crimes e ir para a
cadeia, na verdade eu acho que elas pensam em duas coisas:
(a) Varrer
o lixo para debaixo do tapete. "Bom, vamos colocar o menor na cadeia e
ele nunca mais vai sair de lá e nunca mais vai voltar a sociedade. Ele pode
ficar esquecido lá, e nos deixar em paz." Infelizmente, o menor
infrator vai sair de lá em algum momento e advinha o que ele vai fazer?
(b) O
menor vai voltar para a sociedade ressocializado. Acho que essa corrente é
menos aceita, mas ainda acredito que há quem pense que a restrição de liberdade
de alguma forma "ensina o que é errado" ou "faz com
que quem cometeu o crime se arrependa". Longe de mim
generalizar, mas a maioria das pessoas sabe que o sistema carcerário brasileiro está
longe de ressocializar. As condições das penitenciárias são as mais
precárias possíveis onde os Direitos Humanos estão bem longe. Imagino que
a revolta contra a sociedade e o sistema, ao sair da prisão,
deva ser absurda.
O
que fazer com essas crianças que assombram a sociedade. Já li
muito sobre locais que conseguem aplicar o Estatuto da Criança e do Adolescente
e que tem baixa reincidência por meio de um tratamento mais educativo do
que punitivo. Tá aí a alternativa. Menos senso comum, mais
informação.
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