quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Eleições americanas e os Coeficientes brasileiros

Enfim a eleição presidencial dos Estados Unidos chegou ao fim na última terça feira dia 07 de novembro de 2012. Achei que seria pertinente falar sobre como funciona a eleição lá, e também de algumas peculiaridades do sistema eleitoral no Brasil. O funcionamento da eleição nos Estados Unidos se difere com a do Brasil em dois aspectos. Em primeiro lugar o voto não é obrigatório, não sendo necessária a apresentação de justificativa para os que não querem votar.
Uma segunda diferença é que a eleição tem um caráter indireto. Os 50 estados americanos mais o distrito federal formam um colégio eleitoral em que cada estado tem um número determinado de votos. Dessa forma, o eleitor escolhe entre os candidatos nominalmente, porém o concorrente que vence em um estado leva todos os votos que o estado tem no colégio eleitoral. O sistema pode ser chamado de “The Winner Takes All” (O Vencedor Leva Tudo).
Esse colégio eleitoral tem 538 assentos, sendo que 270 votos já são suficientes para eleger o presidente. O número de representantes varia de acordo com o tamanho e a população do estado. No Brasil, a eleição é chamada de “direta”. Mas será que é mesmo? Existe algo no Brasil que muitas pessoas não sabem: chama-se coeficiente eleitoral e coeficiente partidário.
O coeficiente eleitoral consiste no “número mínimo de votos que um partido ou coligação tem que obter para eleger um candidato”.  Para obter esse número mínimo é necessário dividir o número de todos os votos válidos pelo número de vagas, no caso da eleição de deputados federais e estaduais e vereadores. É muito comum escutar que o candidato X recebeu muitos votos, mas não foi eleito. O coeficiente eleitoral explica esse fenômeno já que é necessário que o partido tenha um número mínimo de votos.
Já o coeficiente partidário consiste no “número de cadeiras a que cada partido tem direito”. Para se chegar nesse número, divide se o número de votos no partido ou coligação pelo próprio coeficiente eleitoral. Bem confuso não? Com base nesse número é que as cadeiras serão distribuídas aos candidatos que foram mais votados. Alguns candidatos populares que fazem muitos votos se tornam “puxadores de outros candidatos” e acabam, por meio desse sistema, elegendo candidatos com poucos votos. É o fenômeno Tiririca, que, além de se eleger acabou elegendo mais três deputados devido aos seus 1,3 milhões de votos. Cabe a pergunta: o sistema eleitoral no Brasil é mesmo direto?

         


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